Quando o príncipe vira sapo

Sendo mulher, é grande a probabilidade de que já tenha ouvido as mais belas promessas de amor. As vezes mais de uma vez. Em alguns casos, várias vezes da mesma pessoa. Sem contar aqueles casos de promessas de diferentes homens ao longo do tempo e, até a mais cética de nós, sempre acredita. No meu caso, duas declarações, de pessoas diferentes, me marcaram muito. Uma já faz bastante tempo, mas lembro como se fosse hoje cada palavra.

Você com certeza mudou tudo completamente. O rumo que eu tomava, muita coisa que eu pensava, chacoalhou minhas ideias. Não quero te perder, nunca, jamais! Se não dermos certo, brigarmos, não pode acontecer, eu vou sei lá… Tenho me segurado para dizer que te amo, porque com certeza é isso, mas dá medo de dizer. Sou inteiro seu, faça o que quiser. Se quiser me arruinar, não tenho defesa alguma, estou completamente vulnerável. Se quiser me amar, eu te amarei com toda intensidade, a recíproca vai ser sempre verdadeira. Nunca vou ter coragem de te magoar, NUNCA. Não existe se quer outra pessoa que me faça parar de lembrar de você. Posso ficar falando a tarde toda isso aqui se quiser.

Ele me magoou. Não durou um ano e quem terminou foi ele. A outra é um caso que não faz muito tempo. Me envolvi intensamente com um homem que dizia me amar e que também, nunca iria me magoar. Quando a relação atingiu o ápice da mágoa mútua, ouvi o seguinte: Você está tão fora que eu não sei mais como reagir. Já terminou, querida. Estou muito, muito triste. E nós estamos a milhas de distância. Mas eu realmente te desejo o melhor.

O que eu me pergunto é: uma declaração negativa anula a positiva? Era de fato uma mentira ou as pessoas simplesmente mudam de opinião? É tão triste que os relacionamentos acabem com mágoas, como se a parte linda não tivesse existido. Mas faz parte da vida. Dói, mas o melhor é esperar a dor passar e manter a parte boa nas lembranças, com o mesmo carinho. Respondendo meu questionamento, acho que não, não era mentira quando ouvi essas declarações. É só o livre arbítrio. O sapo agora vai ser o príncipe de outra mulher e, com sorte, ele nunca mais será um anfíbio de novo.

SOBRE A AUTORA: Laura. Sentimental e dissonante. Tenta compreender cada detalhe e interpretá-los com o coração, mas o lado racional fala forte. Tanto que prefere não revelar o sobrenome. Também colaboradora do blog Sem Clichê.