A Culpa é das Estrelas (ou nas nossas)


"A culpa meu caro Brutus, não é nas nossas estrelas, mas de nós mesmos que consentimos em ser inferiores."  Shakespeare
Eu já tinha lido a Culpa é das Estrelas de John Green no ano passado e a única frase que me tinha cativado na época era "a dor, ela precisa ser sentida". Eu mal sabia que quando eu o estava lendo iam acontecer tantas coisas que mudariam a minha vida. Todo mundo falava que esse livro era o melhor, que a história te fascinava e que não havia amor igual ao dos personagens. Entretanto, eu discordei. Achei fraco e tão surreal a história que fiquei realmente desapontada. Desde janeiro, todo mundo esperava o dia pela estreia do filme. Eu não e parecia ser a única (mas alô Thaís Bellucci e Simone Joe, obrigada por não me deixarem sozinha nessa). O filme estreou e todo mundo no facebook/twitter/instagram só pareciam comentar do filme. Me chamaram pra assistir e deram pra trás. Porém, domingo, uma de minhas melhores amigas - Kathleen - estava aqui na cidade numa curta viagem e ela tinha acabado de terminar de ler o livro. Ela me questionou sobre o livro, se eu já o tinha lido e eu disse que sim e que não tinha gostado. Ela ficou abismada, ficava toda hora dizendo: como não se apaixonar? E aí ela disse: você sabe como é a verdadeira tradução? (ela pegou o livro em inglês, sim - ela é quase uma americana). E mostrou: THE FAULT IS IN OUR STARS. A culpa é nas nossas estrelas. "Você sabe porque ele escolheu esse nome? É um poema de Shakespeare" e começou a citar a frase acima. A culpa sempre vai ser de nós mesmos, ela disse. Se não corrermos atrás do que queremos, se não tivermos coragem pra fazer isso e aquilo. Você achou surreal porque eles tem cancêr e estão fazendo isso tudo, mas eles não fariam se não soubessem da doença. O ser humano é assim, sabemos que vamos morrer mas temos medo de nos jogar nessa vida. Se soubéssemos a data certa da nossa morte, duvido que não faríasmos as mesmas coisas que eles. Eu não precisei dizer mais nada depois daquilo. Na terça-feira, chamei quem eu pudia imaginar pra ver o filme comigo e no final, acabei entrando sozinha na sala de cinema. Comecei a chorar por causa do enredo. Depois de refletir tanto sobre as palavras dela, pensei em como era se sentir assim: morrendo. Não tem como você não pensar sobre o que está fazendo da sua vida. É claro que um monte de frases prontas romancistas não vão surgir na sua vida ou você vai precisar morrer para poder viver, mas se você começar a aproveitar o agora, você vai ser muito feliz. O filme me mostrou uma nova perceptiva de vida, me mostrou como ser mais forte e como ser mais feliz com as pequenas coisas. A cena em que a Hazel Grace, mesmo sabendo que não poderia subir todas aquelas escadas na casa da Anne Frank mas só pela sua força de vontade, conseguir isso - foi um dos pontos altos do filme. Quando o Augustus aparece com o cigarro na boca e o pessoal o questiona o porquê daquilo e ele explicando a metáfora de que você tem que colocar em você aquilo que te mata mas você pode decidir sim, se ele vai te matar ou não. Outra cena, que chamou muito a minha atenção foi quando a Hazel, lê a carta que o Augustus deixou pra ela e aquela frase: "Não dá para escolher se você vai ou não se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo. Eu aceito as minhas escolhas." ecoou em minha mente, porque é a mais pura verdade. E sim, o filme não poderia ter tido melhor final. Dou hoje uma salva de palmas pela adaptação do filme e por ter sido fiel ao livro, transmitindo tudo o que eu precisava ter sentido quando o li. É isso, aceite as suas escolhas e não culpe as estrelas por causa disso.

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