Sobre(viver): Capítulo 15

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27 de fevereiro de 2011
Procurávamos um lugar escondido dos nossos pais onde pudéssemos ficar nos beijando o pouco que nos restava de privacidade. Estávamos num restaurante chamado Lenz, o favorito do Victor, que mais parecia uma fazenda enorme rodeado por árvores e animais - localizado na maravilhosa cidade de Campos do Jordão, cujo qual ele tanto me falava e que eu tinha jurado não procurar nada no Google sobre ela. É claro que eu não resisti.
Já estávamos quase desistindo após minha mãe nos flagrar no celeiro, quando avistamos um banco debaixo de uma árvore que lembrava muito a famosa Árvore da Vida do Rei Leão. Corremos feito duas crianças até o local e percebemos o quanto aquele lugar era o mais perfeito de todos. Tínhamos um lago na nossa frente com direito aquelas pontes que lembrava todo aquele cenário hollywoodiano e uma natureza inigualável nos rodeando. Era melhor do que um roteiro adaptado, era a vida real.
Apesar de dar pra ouvir os animais no fundo, parecia que o silêncio reinava e eu só conseguia ouvir a respiração dele. Devia estar fazendo uns 18 graus, o que me fazia tremer já que não enfrentava baixas temperaturas assim na minha cidade. Ao perceber que apenas o seu abraço não era o suficiente pra me aquecer - ele tirou a sua camisa xadrez vermelho e preto, deixando apenas a mostra a camiseta branca que dava contraste com a calça preta Calvin Klein que ele usava e começou a me vestir como se eu fosse sua boneca. Apesar das cores não combinar com a blusa rendada verde e o a calça cinza que eu usava, me sentia o máximo por estar usando algo dele.
Quando menos imagino, ele tira a aliança prata que está no meu dedo e fala:
- Desculpa nunca ter feito esse pedido decentemente ou até mesmo ter colocado a aliança no seu dedo, mas eu preciso te perguntar algo que tem me deixado louco e enquanto eu não souber a resposta, eu não posso conviver... - eu via os seus olhos me seguindo enquanto ele se ajoelhava na grama e tirava do bolso uma caixinha cinza. Eu não conseguia acreditar no que via, assim que ele abriu a caixinha e tinha duas alianças novas revestidas em ouro branco. Ele segurou a minha mão e disse: Amelia Louise Andrade Soares Frazão, você quer casar comigo?
- Sim, sim, sim, sim, sim. Quantas vezes você precisar ouvir. Sim, claro. - Eu repeti aquela frase quantas vezes eu poderia falar enquanto o Victor colocava a nova aliança no meu dedo. Aquela sensação de borboletas no estômago que todos falavam me dominava completamente. Sentia meus batimentos cardíacos num ritmo acelerado que era quase que inexplicável. De repente, ele me puxou pra baixo me fazendo cair por cima dele, enquanto ele me abraçava e beijava meu pescoço indo lentamente em direção aos meus lábios. Começamos a rolar no chão até que demos de cara com os pés do garçom que nos fitava como se não entendesse o motivo da nossa felicidade.
- Os pais de vocês pediram pra avisar que o almoço já está pronto. - disse ele saindo em direção ao restaurante que estava do nosso lado esquerdo. Levantamos rapidamente e observávamos nossos pais nos encarando mesmo de longe.
- Eu te amo, Louise. - ele gritava pra que todos ouvissem.
- Você é louco, Victor.E eu te amo ainda mais por isso. - ele me puxava mais uma vez pra perto e me beijava. - Preciso fazer apenas uma coisa antes de irmos.
- O que é? - ele me fitava com os olhos como tivesse deixado passar alguma coisa, o que era verdade.
- Cadê a outra aliança? - perguntei enquanto tirava a anterior no dedo. Rapidamente, ele procurou a caixinha onde ela estava guardada e me entregou pra que eu mesma pudesse colocar.
- Eu prometo...- dizia enquanto a colocava no seu dedo. - ... que nunca vou deixar você Victor Katakana Takehisa Meireles. O meu amor é maior que toda essa distância que separou a gente, é maior que o mar, é maior que o céu. É um amor que nem se eu quisesse explicar. eu conseguiria e tudo que eu sei é que eu quero ficar com você nessa vida e em todas as outras que estão por vir. Eu quero ser sua por todo o para sempre que nos espera.
Ele me abraçou forte e só pude ouvir o choro baixinho.

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