Amar dá trabalho


Se você não quer ter mais trabalho na vida, então continue fugindo do amor.
Eu tive uma colega de trabalho que corria de namoro. Ela tinha dois empregos, uma pós graduação e um cachorro. Falava que não cabia mais nada na vida e na cabeça. E não devia caber mesmo. No dia que começou a namorar, conversamos por mensagem e quando perguntei o que tinha acontecido com aquela teoria, respondeu: “descobri que tinha espaço no coração”. Achei tão bonito. Até quem foge acaba encontrando.
Tem dias que amar é muito chato. Dá dor de barriga de estômago, na cabeça… Quando estou esperando uma mensagem, sinto o meu estômago embrulhar. Quando não sei o que respondo, meu coração vai na boca. Se estou na porta de casa esperando para o primeiro encontro, me dá vontade de faxer xixi. Quando estou encantada com o que a pessoa está falando, meus olhos brilham, pisco um milhão de vezes. Se você tem preguiça de sentir, run, run, porque amar é como ficar doente sem saber exatamente o que você está sentindo.
Não escrevo desmerecendo as relações. Pelo contrário: admiro os que se doam. Você há de concordar comigo: só de ESTAR em uma relação, você já se comprometeu a dar atenção, carinho, amor… Suprir as expectativas do outro não é fácil. É como eu já escrevi em um texto do Sem Clichê: se relacionar é ser duplamente forte. É ficar duplamente triste. Duplamente feliz. E continuar sendo um só. Amar é segurar as pontas duas vezes. Tem que ser forte para sobreviver às exigências que a convivência coloca na sua cara. Porque se quer conto de fadas, vai assistir Disney Channel. Amar exige esforço sim. Só que em compensação, traz muito alívio e vontade de viver.
SOBRE A AUTORA: Marcella Brafman, colaboradora do blog Chata de Galocha.

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