Diário de Viagem: Férias em São Paulo - Parte 1
Vou logo avisando: se você não gosta de post imenso, pule pro próximo pois esse aqui vai ser gigantesco. Não vou conseguir me conter dessa vez e vou compartilhar com vocês o meu diário de viagem sobre minhas férias em São Paulo. Tudo começou no ano passado quando a UFMA deu fim a greve e liberou o calendário acadêmico de 2015.2. Como não tinha viajado pra nenhum lugar, exceto Açailândia - MA pra casa do meu pai e dado um pulo em Araguatins - TO, eu decidi que usaria minhas férias que teriam início no dia 9 de abril pra viajar pra algum lugar sozinha.
Comecei a juntar minha grana em novembro e nesse mesmo mês através do Snapchat de uma assessoria descobri sobre o Fashion Colloquia. O que seria o Fashion Colloquia? Nada mais que a idealização feita por 4 instituições de moda como a London College of Fashion - University of the Arts, Londres, Domus Academy - Milão, Institute Français de la Mode - Paris and Parsons the New School for Design, School of Fashion, Nova York afim de atrair uma rica variedade de contribuições de uma ampla seleção de profissionais – acadêmicos, mídia e indústria e utilizar estas contribuições para alimentar o repositório internacional de moda sediado por uma delas.
De início, eu queria muito apresentar um artigo nele mas como já descobri em cima do prazo acabei não enviando. Entretanto, quase um mês depois pra fazer as inscrições vi que eles tinham liberado uma nova data e um complemento que era o ENPModa (Encontro Nacional de Pesquisa em Moda) que iria acontecer simultaneamente com ele.
As datas de ambos iam cair bem nas minhas férias e não deu outra. Lá estava eu remodificando um artigo que tinha começado em sala de aula e atendendo todas as exigências para ser publicado caso fosse aceito. O prazo era até fevereiro, então passei o meu fim de ano todo me dedicando a fazer um artigo perfeito já que meu professor que tinha começado a me orientar não estava me dando bola e assim precisava ser minha própria julgadora. Nessa mesma época comecei a ficar de olho nas passagens e como tinha acumulado alguns pontos, no momento em que achei uma passagem por R$250 de avião - não deu outra, comprei.
Passagem comprada pra quase uma semana, artigo submetido e inscrição pros dois eventos feita. Mas aonde eu ia ficar? Hotel estava quase fora de cogitação. Como os eventos iam ser na USP Leste, próximo ao aeroporto de Guarulhos - pagar diária ia ser um dinheiro que eu não teria como custear. Foi quando lembrei que uma das minhas melhores amigas morava em SP e fui pedir pra ela e pra família né!? Aí, Deus providenciou e deu tudo certo! Tava tudo planejado pra abril. Em março, quando eu estava indo pra São Paulo com uma parte da família descobri que meu artigo foi aceito e ai eu precisei fazer a modificação de ter que colocar o nome e ficar brigando com meu professor/orientador pra me passar as informações dele antes que o prazo terminasse pra sair que realmente eu iria apresentar o artigo e consequentemente, fosse publicado. Depois, era só estudar.
Sai de Imperatriz rumo ao aeroporto de Congonhas às 06:20, com conexão em Brasília. Eu estava um poço de ansiedade. Eu nunca tinha apresentado artigo na minha vida e eu morro de timidez toda vez que preciso apresentar trabalho, só isso já dá pra imaginar minha reação. Começou tudo dando errado. Como eu ia estar em dois voos eu pensei assim: vou dormir no primeiro e no segundo eu estudo. No primeiro voo, o cara do meu lado não tinha fone de ouvido e começou a tocar música no celular dele em volume alto e até eu fornecer meu fone pra ele, eu já não conseguia mais dormir. Cheguei em Brasília e no aeroporto estava tendo manifestação e meu portão de embarque mudou duas vezes. Quando finalmente cheguei em SP, o voo estava previsto pra 12:25 e cheguei 11:59 - me deu um alivio. Porque minha apresentação do artigo que caiu bem no dia que eu iria chegar estava marcado pra 14h. Então daria tempo de ir deixar as malas na casa da Gi e comer algo. Porém fui pedir o Uber e ele simplesmente passou 1h aparecendo que estava rodando o lugar mas não aparecia. Tentei ligar e nada também. Já era 13h e não sabia o que fazer: se ia com mala e tudo pra FMU, local onde iria me apresentar ou se deixava na casa dela. Porém como parecia perto, arrisquei de pegar um táxi.
Quando peguei o táxi, o cara simplesmente não tinha GPS no carro. IMAGINA O MEU DESESPERO. Passamos 1h30 rodando um trecho que dava pra fazer em 15 a 20min no máximo. Fora que lá se foi metade do dinheiro que eu tinha levado! Chego na casa da Gi e porque ela estava na faculdade, a irmã dela ainda não tinha chegado do colégio e os pais no trabalho não tinha como eles irem me receber ou buscar. Então ela me deixou a chave na portaria e quando estou lá, o porteiro me informa que não tem energia no prédio. Ou seja, lá vai dona Grazzy subir 7 escadas com suas lindas duas malas e uma mochila. Meu celular já estava descarregado e não dava pra chamar outro Uber. Mas graças a Deus, a irmã da Gi chegou e fomos procurar um táxi, nesse instante consigo tirar algumas fotos de look por motivos de: não aparecia táxi. Não dava pra entrar em mais desespero.
No táxi fui inventar de colocar meu celular pra carregar e adivinhem? O cabo quebrou. Entretanto, consegui chegar na faculdade e mesmo atrasada, me deixaram entrar mas acharam que eu estava perdida. Porém me arrependi porque não tinha parado nem pra tomar água nesse tempo. Quando terminei minha apresentação senti um alívio, eu tinha conseguido expressar tudo o que tinha escrito muito bem e confesso que estava morrendo de medo da reação dos meus avaliadores já que os dois trabalhos anteriores que vi eles avaliando estavam sendo julgados de uma forma que se o meu fosse entrar no ritmo iria começar a chorar. No entanto, eles apenas indicaram dois livros que poderiam contribuir ainda mais com a minha pesquisa. Naquele momento, eu decidi que quero isso sempre pra minha vida sabe? Nunca pensei que um dia eu estaria compartilhando meus resultados de pesquisas baseado juntamente com outros autores e amaria fazer isso.
No final do dia, eu decidi ir visitar a exposição do Tim Burton no Museu da Imagem e do Som pelo fato de ser gratuita na terça-feira. Porém como não tinha metrô que passava perto, decidi ir pra av. Paulista pra pegar um ônibus por ficar mais próximo. Como desci na estação Trianon - MASP, pensei: "vou visitar a Celle (da Kipling)" e aí fui lá pois ficava perto. Como no prédio que fica a Kipling não tem só o escritório da marca, acabei passando pela Coach NY e foi quando a linda da Nat Mansur não perguntou se eu não queria que ela pedisse pra eu entrar lá. Topei na hora né!? Afinal é uma marca que tenho muita admiração. Foi nesse momento que as portas começaram a se abrir. A gerente de lá pegou o meu e-mail pra mandar apenas um release e de repente, dias depois eu pude usar uma peça da marca no SPFW.
Saí de lá e fui pro MIS, mesmo cansada eu não poderia perder! Vou dizer: estava sem bateria praticamente, cansada, sem comer nada o dia inteiro e com tudo de ruim acontecendo. Parece que jogaram praga. Mas quando eu comecei a adentrar naquela exposição, eu me senti em outro mundo. Me deu ânimo. Em todas as exposições que eu já fui até agora, nenhuma me fascinou tanto. Nenhuma se compara ao que eu vi naqueles cômodos. Foi assim que ganhei meu dia pela terceira vez. Pra quem mora em São Paulo ou tem a oportunidade de ir: O Mundo de Tim Burton fica em exposição até o dia 15 de maio. A boa notícia é que depois ela passará em Brasília e no Rio de Janeiro.
Pro dia fechar com chave de ouro foi chegar na estação de Jurubatuba e ver a Gi me esperando dentro do carro. Fazia dois anos que a gente não tinha se visto. Engraçado que falávamos e falávamos que iríamos tirar milhões de fotos e o máximo que fizemos foi ficar se curtindo. Inclusive jantei, viu? Ps, quase esqueço do detalhe importante: bati meu rosto na janela de vidro por não ter percebido o vidro.
DIA 2 - 13/04
Passei 1h20min pra chegar na estação mais próxima da FASM, local onde aconteceria o terceiro dia de Fashion Colloquia e segundo dia do ENPMODA. Como já fiz post sobre mais detalhes do dia vou resumir aqui: pense numa área linda que é onde se localiza a faculdade. Juro pra vocês que queria estudar muito lá. Fora que a estrutura é excepcional. O auditório onde estava acontecendo as apresentações dos artigos parecia aquelas salas de universidades americanas. A recepção deles foi incrível com a MOSTRAMODAFASM e o coffee break tinha uma variação de comida de vários países. Entretanto nunca mais usarei o banheiro dela: eu fiquei presa nele. Pra lembrar da onda de azar rs.
Entretanto o que me deixou mais feliz foi de que a FASM ficava perto do trabalho de um dos meus anjos da guarda. SÉRIO, VOCÊS NÃO TEM NOÇÃO. Eu ainda vou fazer um post inteiro sobre ele. Ele = Iury Parise Fukui. Eu e o Iury nos falamos desde 2010. É 2010, Iury? HAHA. Nesse tempo todo nunca conseguimos nos ver e nenhum dos dois morava em São Paulo também. Eu nunca vou me esquecer desse dia pois foi ali em frente a estação Marechal Deodoro que eu conheci uma das pessoas que eu só podia ver e ouvir através de uma tela. Foi pouco o tempo que passamos juntos mas foi um dos mais incríveis que já tive. Eu nunca conheci alguém com uma energia tão boa como a dele. Eu me sentia em paz. Porém nesse dia, eu acabei perdendo minha lente 50mm no estacionamento público cujo tiramos essa foto mas eu só descobri depois.
Depois de ver o Iury, eu combinei de encontrar meu amigo Leo que é da minha cidade mas tá morando na capital paulista no Shopping Market Place, pois eu ia almoçar e me trocar lá pra irmos juntos ao estúdio da Rede Globo e participarmos da plateia do Programa do Jô que está em sua última edição e também era próximo do local.
Imagina a minha cara quando descobri que a Naomi Campbell estava lá! Agora quero contar algo triste: a gente fez uma amiga lá e na correria da saída não conseguimos pegar o número dela. Foi meio bad porque em um dos intervalos finais ficamos conversando muito com ela e não trocamos contato porque o celular tava carregando. MAS VAMOS PRO DETALHE IMPORTANTE: COMI MCDONALDS DUAS VEZES NESSE DIA. Fui motivo de piada porque aqui não tem isso e aí eu queria comprar o McLanche Feliz pois eu coleciono os brinquedos que vem junto. Ninguém perguntou né Grazzy?
Acho que tá bom esse meu primeiro diário de viagem. O meu segundo dia foi menos azarado e só de estar relembrando isso, me sinto novamente lá por tanta coisa que está passando pela minha mente. Olhando isso tudo vejo que tudo tem um motivo sabe? Percebo o quanto sou abençoada e tenho que agradecer! É prometo que as próximas partes desse diário de viagem vocês vão chorar de tédio ou não. Ah, me contem: o que acharam dessa primeira parte? Já aconteceu alguma situação de azar parecida com vocês? E como vocês planejam a viagem de vocês?
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