Procurando a luz
Eu entrei no abismo que passei tanto tempo querendo evitar.
Francamente eu achei que a tormenta no qual estava passando em cima de nós iria
finalmente acabar quando o sol raiasse no dia seguinte. Porém, nem tudo é como
a gente imagina.
Esses dias eu tenho ouvido muito as pessoas me falando de
você e o quão horrível você tem me retratado por aí. É engraçado que você não
tem medido as palavras pra dizer que o nosso término foi tão sem sentido e bem
remotamente particular. Claro, toda a culpa pela nossa relação não ter dado
certo foi justamente eu. Mas cômico ainda é você se aproximar de tanta gente
que não fazia sentido pra você só pra quem sabe talvez essas companhias te
afogarem na sua própria solidão.
Eu poderia tentar te
perguntar: qual o motivo de me tratar como a vilã que te abandonou por outra
pessoa quando na realidade você mal completava suas juras de amor por mim e me
dizia tanto que ia mudar ao mesmo tempo em que estava saindo com outra pessoa, ou
talvez seja, outras pessoas? Aliás, elas sabem que você tem freqüentado os
lugares que eu compartilhei com você?
Não entendo essa obsessão de tentar me atingir de alguma
forma. Tentei compreender o motivo de você me atingir no meu ponto mais vulnerável,
só para eu rastejar de volta a um relacionamento que já tinha provavelmente
passado do ponto tóxico e te ouvir naquele dia que eu nunca mais encontraria
alguém tão bom quanto você ou que ninguém ia passar comigo o que eu passei no
meu deserto me desmoronou.
Você sempre soube as palavras certas de me levar para baixo e
acho que no fundo sempre foi a sua cativeira, dependente das migalhas que eu
chamava de amor. Não vou dizer que todos os dias foram especificamente ruins,
mas a gente se perdeu numa estrada que não nos levaria a lugar nenhum e você
sabe disso.
Eu realmente não quero mais ter que falar de você nem ser
fuzilada com aqueles olhares que todo mundo tem me dado por ter ido lutar por
mim. Vamos ser sinceros, não sou a bruxa que transformou a vida do mocinho em
pesadelo cujo tanto me taxam. Só quis ir atrás daquilo que me fazia feliz. Por isso,
não me puxa mais. Não me puxa mais pra baixo porque essa sensação terrível que eu
tenho sentido me fazem sentir novamente dentro da gaiola em que me colocava.
Eu também não quero ter que saber de você. Eu não agüento mais
tanta coisa que me falam de ti e nem sei mais como filtrar tanta informação.
Será se não posso viver a minha vida sem ter que saber mais de ti? Acho que
agora quando falarem o seu nome, eu vou simplesmente perguntar: “quem é mesmo?”.
Preciso permitir a minha mente e até mesmo a minha saúde mental a desligar
qualquer coisa que me atraia de volta ao que eu não quero reviver.
Hoje vai ser a última vez que falo de você. Esse vai ser o
último texto relacionado a você. Se um dia a gente se topar por aí, ok. Porém
até lá espero que o tão conhecido se torne um verdadeiro desconhecido. O meu
corpo precisa encontrar a luz de novo. A luz que eu perdi quando eu deixei você
quebrar ainda mais o interruptor que ficava guardado em mim.
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