OT no Rio Moda Rio

FOTO: JULIA PITALUGA

OT conferiu de pertinho a primeira edição do Rio Moda Rio no mês passado. O post veio com atraso mas tem um extra sobre o livro do Senai Cenário #praia sobre a história da moda praia no RJ, que li nesse tempinho!

Com o evento, que aconteceu no Píer Mauá, do ladinho do Museu Arte do Rio, a moda brasileira ganhou um novo formato de apresentação. Com direito a homenagem às marcas Company e Yes, Brazil!, conceituadas na história da moda no país, o Rio Moda Rio deu seu start no dia 15 de junho, com ações, palestras e pocket shows animando quem passava por lá.

FOTO RIO MODA RIO

O público, inclusive, não era composto só por jornalistas, fotógrafos, modelos e estilistas - convidados. Pela primeira vez houve venda de ingressos para um evento de moda e esta mistura de experiências resultou em um público de 22 mil pessoas nos três dias de evento. Além disso, quem passava ali pela Praça Mauá podia assistir, ao vivo, aos desfiles, palestras e shows pelo telão instalado no centro da praça. “Queremos democratizar a moda. O público precisa acompanhar de perto, pois tudo o que estamos fazendo é para ele. É para que ele tenha acesso a um conteúdo inédito também em primeira mão. No Rio Moda Rio todos terão esse direito. Se quiser entrar, temos a venda de ingressos, mas para quem estiver passando, o telão funcionará como um trampolim para o evento e dará acesso ao que de melhor teremos lá dentro. Essa é a verdadeira democratização da cultura”, disse Carlos Tufvesson, curador do evento.

FOTO RIO MODA RIO

As marcas que se apresentaram na nova semana de moda carioca foram: Mara Mac, Isabela Capeto, Andrea Marques, Patricia Viera, Alessa, Martu, Guto Carvalhoneto, Lino Villaventura, Lenny Niemeyer, The Paradise, BlueMan e Maria Filó, que fez sua apresentação no Museu de Arte do Rio – MAR. Outras grifes também foram além das salas de desfile e resolveram ocupar o espaço urbano como a Osklen, que se apresentou no Museu do Amanhã, e Ivan Aguilar, que se apresentou na ALERJ (Palácio Tiradentes) e o desfile final no dia 18, com todas as marcas reunidas, que foi aberto e rolou na Praça Mauá. “Foi uma iniciativa muito legal da organização de proporcionar um desfile para o público. É uma experiência única para os visitantes e modelos foram avisados que poderiam ter uma interação com o público”, comentou Felipe Velloso, stylist do RMR.




No último dia do evento, rolou palestra sobre a moda praia, marcando o lançamento do livro Cenário #praia, lançado pelo SENAI. A publicação mostra a evolução dos trajes de banho e as mudanças de comportamento desde o início do século XX até os dias de hoje – dos maiôs e touquinhas aos tomaras-que-caia e fio dental, de 1900 até 2010.



“Pensou em moda praia, pensou em Rio de Janeiro”. Tudo começou no Caju, no início do século XIX, que foi o primeiro balneário da cidade. Em 1892, quando uma linha de bonde passou a ligar Copacabana ao resto da cidade, a mais famosa praia do país se popularizou e o hábito de ir à praia passou se fortaleceu na cidade. “Os homens podiam se vestir com calções de casimira ou baeta de cor escura e comprimento até os joelhos; e usavam camisas justas até o pescoço, com mangas até os cotovelos. Para as mulheres, o traje recomendado era uma bata de baeta, com gole à marinheira e babados nas mangas bufantes, acompanhada de calça comprida do mesmo tecido, também com babados na bainha. Eram necessários cerca de 8,5 metros de tecido para um traje completo” – que diferença, hein?



Pra nossa sorte, muita coisa mudou (imagina mergulhar com toda aquela roupa?). Na década de 20, a roupa de banho composta de várias peças deu lugar ao maiô também para mulheres (antes permitido só pros  homens). Sem mangas, o corpo feminino ficava exposto de forma nunca vista antes! Nos anos 40, Ipanema foi palco de uma transgressão histórica, quando uma alemã moradora do bairro foi a primeira mulher a usar biquíni na cidade. A peça, considerada indecente, até teve seu uso proibido pelo presidente Jânio Quadros em 1961. Mas já fazia um tempinho que beldades como Brigitte Bardot e Ava Gardner usavam biquíni e em 1962, uma brasileiríssima também aderiu ao modelito. Era Helô Pinheiro, que assim inspirava Tom Jobim e Vinícius de Moraes a escreverem “Garota de Ipanema”. Era a década da revolução feminista, novos ideais eram traçados fazendo desses anos uma época de importantes mudanças.



Os anos 70 foram marcados como “a década mais criativa da história do Brasil”, e nos anos 80 o topless ganhava espaço no cenário mundial. Nos anos 2000, o estilo carioca invadiu as praias do mundo inteiro, com várias marcas brasileiras conquistando espaço no cenário internacional. Pra quem ficou curioso e quer conferir todos os detalhes, o livro tá disponível para download aqui.

Viva a moda carioca! Viva a nova semana de moda da cidade!

Por Leyda Torquato (@torquatoissue)

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